quarta-feira, 4 de março de 2015

Um Infinito Atrás da Porta

O que espero dessa vida talvez seja algo que nunca se viu
procuro uma arma, algum pedaço de alma que arrombe esse funil
Deixando vazar os sentimentos mais banais
Os laços ancestrais que tínhamos com o vento
Quem sabe eu só precise de uma porta aberta
Respirar o ar que vem lá de fora
Do horizonte, onde tudo parece mais bonito
Tirar o livre arbítrio do armário cheio de poeira
E devastar todo esse cômodo apertado
Essa zona de conforto, que nos faz ir em busca de dinheiro e besteiras
Não preciso de nenhuma cueca nova, calça ou camiseta da ultima moda
hoje vou andar vestindo minha própria pele
E que ela fale mais de mim do que qualquer artifício
Aos poucos as correntes vão virando areia, aonde piso para entrar no mar
Sem me entregar as horas e delírios
Conversas com amigos fazem os sonhos se encontrarem
E quando a lua não mais dominar o céu
As estrelas sairão do papel e serão vaga-lumes
Iluminando seus cabelos
Fazendo cócegas em meus pentelhos
Enquanto o infinito nos faz ficar aqui olhando tudo ao redor sem pensar em nada.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Para Além das Páginas dos Livros

Meus livros jogados no canto do quarto
E meus amigos buzinam lá fora
Os livros rasgados para fazermos fogueiras
Enquanto tomamos cerveja
E vemos histórias passadas como fumaça
Somos inspiração para mais um conto da madrugada
Enquanto passam as folhas, invento desculpas bobas
Num salto calado te levo para o canto e beijo-lhe a boca
Assim fazemos histórias que não serão escritas
Estamos aqui fora vivendo nossas vidas
Muito alem da solidão das paginas dos livros
Que são como masturbação em seu prazer solitário
Mas eu quero seu toque
Quero chupar o seu grelo
Ver meu pincel escrevendo seus desejos
Nas paginas da vida
Que têm cheiros e sabores
E realmente são vividas
Desdobradas em amores
Risadas e feridas.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Até o Sol Nascer

Foto: Henrique Góis
Eu preciso ver o tempo se esvaindo
Desnutrido de sentidos
Estendendo suas mãos
E quando estiver à beira do abismo
Com a intolerância como abrigo
Vou pular e abrir minhas asas
Mesmo que seja para ser um pássaro caído
Um louco distraído
Mas cheio de tesão
Enquanto houverem seus ruídos
E aquele incrível vicio
De para tudo dizer não.
Para todo dia sempre há uma aurora
O mundo lá fora
Desperta a multidão
Todo caminho tem uma lata vazia
Momentos de alegria
E outros de solidão
Amigo tempo lembra daquela criança
Que via o sol na janela
Azulejando o computador?
Agora é um adulto incompreendido
Um pássaro sem asas
E nem segredos de liquidificador
Mas toda noite como um lobisomem
Tem uma metamorfose
De surpreender
Vira criança e vai brincar na rua
Com seus sonhos cabulosos
Até o sol nascer