sábado, 14 de fevereiro de 2015

Até o Sol Nascer

Foto: Henrique Góis
Eu preciso ver o tempo se esvaindo
Desnutrido de sentidos
Estendendo suas mãos
E quando estiver à beira do abismo
Com a intolerância como abrigo
Vou pular e abrir minhas asas
Mesmo que seja para ser um pássaro caído
Um louco distraído
Mas cheio de tesão
Enquanto houverem seus ruídos
E aquele incrível vicio
De para tudo dizer não.
Para todo dia sempre há uma aurora
O mundo lá fora
Desperta a multidão
Todo caminho tem uma lata vazia
Momentos de alegria
E outros de solidão
Amigo tempo lembra daquela criança
Que via o sol na janela
Azulejando o computador?
Agora é um adulto incompreendido
Um pássaro sem asas
E nem segredos de liquidificador
Mas toda noite como um lobisomem
Tem uma metamorfose
De surpreender
Vira criança e vai brincar na rua
Com seus sonhos cabulosos
Até o sol nascer


Um comentário:

  1. Olá, amigo Gois. Passei aqui para parabenizá-lo por manter vivo seu blog, sua poesia, suas "bobagens" sinceras e sensíveis. Quero deixar registrada minha admiração por não desistir do seu blog, por alguns meses deixei de escrever no meu blog e confesso que senti parte de mim amputada. Estou voltando, aos poucos, e só tenho a comemorar. Que nossa inspiração continue por muitos anos e que não se limite aos depoimentos soltos nas redes sociais. Um grande abraço, Analina.

    ResponderExcluir